quinta-feira, 19 de junho de 2014

Uma reflexão sobre Teorias da Aprendizagem

Uma reflexão sobre Teorias da Aprendizagem.

Marco Antonio Vargas

Este trabalho discute três concepções sobre a aquisição do conhecimento, quais sejam:
Inatismo – sustenta que as pessoas possuem aptidões inatas a cada indivíduo, que segundo Platão (427 – 347 a.C.), o conhecimento precisa ser organizado, cabendo ao professor auxiliar os alunos ao acesso a estas informações.

Empirismo – para os empiristas, o conhecimento é absorvido pelos sentidos. O professor detém o saber. Aprende-se copiando e memorizando-se Aristóteles (384 – 322 a.C.).
Construtivismo – Segundo J. Piaget (1896 – 1980), o conhecimento “se constrói” na interação do sujeito com o meio em que ele vive, cuja apreensão é facilitada pelo professor.

Teorias de aprendizagem mais discutidas1.
Aprendizagem Genético-Cognitiva (J. Piaget, 1896 - 1980)
A aprendizagem constrói-se em processos de troca – interacionismo. Ação do sujeito sobre o objeto na busca do conhecimento. Diz que as estruturas cognitivas, que regulam a influência do meio, são resultados de processos genéticos e que o fator de menor peso é a interação social, desta forma entendemos que Piaget privilegia a maturação biológica, isto é, os fatores internos preponderam sobre os externos. Os processos de ensino pelo professor devem orientar-se pela psicologia.
No construtivismo o professor, aproveita a individualidade de cada aluno, para o enriquecimento do grupo, criando condições à desafiar os alunos, para que a aprendizagem ocorra.

Aprendizagem Genético-Dialética (Vygstky, 1896 - 1934)
A aprendizagem pode ser resultado do intercâmbio entre a informação genética e o contato com o meio histórico-social, segundo esta corrente epistemológica. Os conceitos são formados por relações entre pensamento e linguagem. O acesso aos objetos pelo homem é mediado, operados por sistemas simbólicos de que dispõe. A interação social e o linguístico são decisivos para o desenvolvimento e para Vygotsky, é na apropriação de habilidades e conhecimentos socialmente disponíveis (cultura), que as funções psicológicas são construídas. Para este epistemólogo, o ambiente social em que a criança nasceu pode determinar o desenvolvimento deste indivíduo. A potencialidade para aprender não é a mesma para todas as pessoas.
Quanto as relações professor-aluno para Vygotsky2, a interação social e a mediação é o principal do processo educativo, pois estes dois elementos estariam intimamente ligados ao processo de constituição e desenvolvimento dos alunos, pois a partir das interações o indivíduo poderá agir e intervir no mundo.
Aprendizagem Genético-Dialética Francesa (Wallon)
Segundo Henri Wallon (1879 - 1962), o pensamento infantil tem características particulares, diferentes das dos adultos. Toda a atividade cognitiva esta relacionada com afetividade, que impulsionam a atividade, por ser o primeiro domínio funcional percorrido pela criança3.
Para Wallon, a afetividade é imprescindível para a aprendizagem, isto é, o professor deve se preocupar com seus alunos, ou seja, entende-los como indivíduos autônomos na busca de sua identidade.
Aprendizagem Significativa (Ausubel, 1918 - 2008)
Aprendizagem significativa segundo seus principais autores, não ocorre através da repetição, da memorização e/ou através de processos mecânicos, mas por uma sequência lógica, através de conteúdos compreensíveis desde a estrutura cognitiva.
Esta teoria enfatiza que os conteúdos devem ser significativos para o aluno, pois este conhecendo o porquê do que aprende e sabendo utilizá-lo, possibilita vínculos entre as novas aprendizagens e as já possuídas, desde que este aluno esteja propenso à aprendizagem.
Na aprendizagem significativa, o professor deve disponibilizar várias informações possíveis, para que o aluno tenha condições de tomar decisões na resolução de problemas.
Das leituras realizadas podemos deduzir que nem todos os pesquisadores estudados, detém a primazia, quando o assunto é o processo da aprendizagem, sendo assim, para nossa prática escolar podemos filtrar destes estudos, formas e maneiras de como adequá-las ao nosso cotidiano.

Mas, entendemos que a Teoria Genético-Dialética e a Teoria da Aprendizagem Significativa, podem auxiliar na qualificação da prática pedagógica de professores, visto a primeira ser dialética e a segunda trabalhar com o pressuposto de que quando os conteúdos estão associados ao cotidiano do aluno, este poderá ter um melhor aproveitamento escolar, pois lhe é oportunizado fazer relações com seu dia a dia. Neste sentido podemos estar pecando na similaridade destas duas propostas pedagógicas. Ainda assim defendemos estas duas teorias, não abandonando nem esquecendo outras, pois empiricamente os estudantes, discutem mais quando os conteúdos escolares podem ser relacionados com seus fazeres diários.

Concluindo, observamos que ainda nos sistemas de ensino atuais predomina o processo da repetição de conteúdos com vistas à sua memorização por parte dos educandos, quando ainda o professor utiliza prioritariamente o quadro-de-giz; orienta os alunos a fazerem exercícios com posterior verificação de conhecimento quando da correção de atividades: observando-se que em pouco tempo os alunos esquecem o supostamente aprendido. Por outro viés, ou seja o dá prática contextualizada, pode-se provar que o estudante interioriza melhor os assuntos abordados em sala de aula, quando esses são associados à empreitadas e acontecimentos da comunidade em que vive.


BIBLIOGRAFIA

50 QUESTÕES BÁSICAS SOBRE CONSTRUTIVISMO. Disponível em: http://www.ufpa.br/eduquim/construtquestoes.htm. Acesso em 17 mar 14.


1http://w3.ufsm.br/ciclus/images/Teorias.pdf
2http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1534-8.pdf

3http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/27-2.pdf

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