Resenha do
artigo: In/exclusão no currículo escolar: o que fazemos com os
incluídos?
Autor: Eli
Henn Fabris
Marco
Vargas
No
presente trabalho a pesquisadora, faz uma critica ao discurso
corrente, quanto à inclusão e/ou exclusão de alunos, onde segundo
a autora esses educandos não deveriam estar incluídos somente para
sua socialização, e sim com vistas ao processo do
ensino-aprendizagem, isto é, essas crianças devem estar na escola
para aprenderem.
Nossa
interpretação, ao presente estudo, ocorre visto a
professora/pesquisadora ter adentrado em vários assuntos referentes
a inclusão escolar, assim atemo-nos às questões sobre formação
de professores, pois que sua função seria a de incluir esses alunos
na sociedade através do currículo escolar.
(FABRIS,
2011), observa que uma das queixas das professoras de uma das escolas
onde realizou à pesquisa: In/exclusão no currículo escolar, seria
quanto à manifestações de que essas não apresentam condições de
trabalharem com educandos considerados de “inclusão”, e que
essas gostariam de serem orientadas para desempenharem essa função,
isto é, referindo-se à falta de formação específica ao
desempenho dessas atividades.
Problemática
essa questionada por Eli Henn Fabris, que não concorda com a
premissa de que cursos de formação deem conta de uma preparação
total e definitiva de docentes, pois segundo ela, professores assim
como outros profissionais necessitam de pesquisa e estudo de casos
que se apresentem no fazer cotidiano profissional, de cada professor.
Será
que o professor seria um profissional detentor de uma sabedoria, que
lhe seria negado pesquisa e estudo? O professor é alguém que não
deixa dúvidas de seu saber, por isso ensina? Será que sua formação
inicial, dá conta do que, e como ensinar de maneira pronta e
acabada? Não seria a educação continuada uma necessidade dos
docentes?
Frente a
esses questionamentos, pesquisamos no artigo em estudo o pensar da
pesquisadora, quanto a formação de professores, com vistas à
melhoria do ensino, focando à inclusão de indivíduos, através do
currículo escolar.
Para
tanto, segundo a autora, trata-se de uma necessidade à educação
continuada de professores; observando que esses nem sempre aceitam ou
estão em condições de assumirem à continuidade da pesquisa e
estudo como parte de sua profissão, fato que particularmente
observamos em nosso cotidiano escolar, por vários motivos elencados
por alguns docentes. Pois, segundo
à pesquisadora uma das finalidades dessas tarefas seriam para que os
educadores entendessem os sujeitos que se encontram dentro de sala de
aula.
Em se
tratando ao atendimento de indivíduos com necessidades especiais, os
cursos de formação inicial não contemplam atividades pedagógicas
necessárias ao trabalho com alunos com as mais diversas síndromes,
pois algumas dessas necessitam de recursos humanos, materiais e
equipamentos próprios a esse atendimento especial; e sendo que pela
falta de profissionais e acessibilidade física, os indivíduos ao
invés de serem incluídos podem ser excluídos, fatos que
comprovamos diariamente em prédios, ruas e avenidas de nossas
cidades.
Quanto
ao processo do ensino-aprendizagem, comenta a pesquisadora e
corroboramos, que nossas escolas não atentam para os alunos com
deficiências, pois a preocupação básica são com aqueles ditos
normais, mas que apresentam “problemas de aprendizagem”, e que
também, a escola não consegue ensinar, por vários motivos
discutidos diariamente em nosso ambiente escolar.
Entendemos
também, que baseando-nos em queixas e denúncias, sobre a não
preparação de professores, quanto à inclusão: sejam de indivíduos
com necessidades educacionais especiais e/ou com aqueles com
dificuldades de aprendizagem, podemos aderir ao imobilismo, à
exclusão curriculares, que segundo Veiga-Neto (2001), citado pela
pesquisadora, nos aponta que essa problemática, pode estar
relacionada a negação dos anormais, a proteção linguística, a
naturalização das relações normais-anormais e a hipercrítica,
essa última não tão comum, nessas discussões.
Concluímos
nossa resenha sobre In/exclusão no currículo escolar, sobre o que
fazemos com os incluídos, tentando desmistificar o discurso
corrente, da não preparação de professores, para o atendimento de
indivíduos com necessidades especiais e/ou com problemas de
aprendizagem curriculares, como escreve a professora/pesquisadora,
quando cita, (Foucault, 1995), que orienta a necessidade de
distanciarmo-nos do horizonte de trabalho, e começarmos a viver no
“terreno movediço, inquieto, inseguro, das constantes
problematizações”, cotidianas.
Por
nossas palavras, concordamos, que não é mais possível, ficarmos
somente no discurso da falta de formação de professores, e à luz
da legislação vigente sobre o atendimento aos portadores de
necessidades especiais, devemos buscar qualificarmo-nos com vistas,
não somente ao atendimento a esses, mas também de todos aqueles
sujeitos excluídos/incluídos nos sistemas de ensino.
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