quinta-feira, 19 de junho de 2014

Resenha: In/Exclusão

Resenha do artigo: In/exclusão no currículo escolar: o que fazemos com os incluídos?
Autor: Eli Henn Fabris

Marco Vargas


     No presente trabalho a pesquisadora, faz uma critica ao discurso corrente, quanto à inclusão e/ou exclusão de alunos, onde segundo a autora esses educandos não deveriam estar incluídos somente para sua socialização, e sim com vistas ao processo do ensino-aprendizagem, isto é, essas crianças devem estar na escola para aprenderem.
     Nossa interpretação, ao presente estudo, ocorre visto a professora/pesquisadora ter adentrado em vários assuntos referentes a inclusão escolar, assim atemo-nos às questões sobre formação de professores, pois que sua função seria a de incluir esses alunos na sociedade através do currículo escolar.
(FABRIS, 2011), observa que uma das queixas das professoras de uma das escolas onde realizou à pesquisa: In/exclusão no currículo escolar, seria quanto à manifestações de que essas não apresentam condições de trabalharem com educandos considerados de “inclusão”, e que essas gostariam de serem orientadas para desempenharem essa função, isto é, referindo-se à falta de formação específica ao desempenho dessas atividades.
       Problemática essa questionada por Eli Henn Fabris, que não concorda com a premissa de que cursos de formação deem conta de uma preparação total e definitiva de docentes, pois segundo ela, professores assim como outros profissionais necessitam de pesquisa e estudo de casos que se apresentem no fazer cotidiano profissional, de cada professor.
       Será que o professor seria um profissional detentor de uma sabedoria, que lhe seria negado pesquisa e estudo? O professor é alguém que não deixa dúvidas de seu saber, por isso ensina? Será que sua formação inicial, dá conta do que, e como ensinar de maneira pronta e acabada? Não seria a educação continuada uma necessidade dos docentes?
      Frente a esses questionamentos, pesquisamos no artigo em estudo o pensar da pesquisadora, quanto a formação de professores, com vistas à melhoria do ensino, focando à inclusão de indivíduos, através do currículo escolar.
     Para tanto, segundo a autora, trata-se de uma necessidade à educação continuada de professores; observando que esses nem sempre aceitam ou estão em condições de assumirem à continuidade da pesquisa e estudo como parte de sua profissão, fato que particularmente observamos em nosso cotidiano escolar, por vários motivos elencados por alguns docentes. Pois, segundo à pesquisadora uma das finalidades dessas tarefas seriam para que os educadores entendessem os sujeitos que se encontram dentro de sala de aula.
       Em se tratando ao atendimento de indivíduos com necessidades especiais, os cursos de formação inicial não contemplam atividades pedagógicas necessárias ao trabalho com alunos com as mais diversas síndromes, pois algumas dessas necessitam de recursos humanos, materiais e equipamentos próprios a esse atendimento especial; e sendo que pela falta de profissionais e acessibilidade física, os indivíduos ao invés de serem incluídos podem ser excluídos, fatos que comprovamos diariamente em prédios, ruas e avenidas de nossas cidades.
     Quanto ao processo do ensino-aprendizagem, comenta a pesquisadora e corroboramos, que nossas escolas não atentam para os alunos com deficiências, pois a preocupação básica são com aqueles ditos normais, mas que apresentam “problemas de aprendizagem”, e que também, a escola não consegue ensinar, por vários motivos discutidos diariamente em nosso ambiente escolar.
Entendemos também, que baseando-nos em queixas e denúncias, sobre a não preparação de professores, quanto à inclusão: sejam de indivíduos com necessidades educacionais especiais e/ou com aqueles com dificuldades de aprendizagem, podemos aderir ao imobilismo, à exclusão curriculares, que segundo Veiga-Neto (2001), citado pela pesquisadora, nos aponta que essa problemática, pode estar relacionada a negação dos anormais, a proteção linguística, a naturalização das relações normais-anormais e a hipercrítica, essa última não tão comum, nessas discussões.
      Concluímos nossa resenha sobre In/exclusão no currículo escolar, sobre o que fazemos com os incluídos, tentando desmistificar o discurso corrente, da não preparação de professores, para o atendimento de indivíduos com necessidades especiais e/ou com problemas de aprendizagem curriculares, como escreve a professora/pesquisadora, quando cita, (Foucault, 1995), que orienta a necessidade de distanciarmo-nos do horizonte de trabalho, e começarmos a viver no “terreno movediço, inquieto, inseguro, das constantes problematizações”, cotidianas.

      Por nossas palavras, concordamos, que não é mais possível, ficarmos somente no discurso da falta de formação de professores, e à luz da legislação vigente sobre o atendimento aos portadores de necessidades especiais, devemos buscar qualificarmo-nos com vistas, não somente ao atendimento a esses, mas também de todos aqueles sujeitos excluídos/incluídos nos sistemas de ensino.

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