O multiculturalismo
falseia na busca por levantar bandeiras contra a homogenização,
quando tenta tratar todas as culturas por um padrão universal,
considerando as diferenças como identidades fechadas (indígenas,
afro-descentes, surdos, etc), assim, excluindo possibilidades de
produção de identidades plurais, por esse viés tornando-se
conservador.
O paradoxo entre o
multiculturalismo e diferença, pode significar apenas à criação
ou o incremento de políticas, quando os indivíduos (os outros), são
meramente, incorporados, convocados para serem consumidos e/ou
consumirem, e o tipo de violência imposta a esses outros, para que
vivam essa ilusão de aceitos, pode ser exemplificada “do andar na
moda”. O diferente é aceito quando é normalizado, ou quando pode
ser incluído através de políticas.
Multiculturalismo
Crítico ou Revolucionário
Para
discutirmos a inclusão de pessoas com alguma deficiência, podemos
discutir o multiculturalismo Crítico, uma vez que as outras formas,
não contemplam as formas de poder, os privilégios, a hierarquia das
opressões e os movimentos de resistência e não chamam atenção
para o papel que a língua e que as representações desempenham na
construção de significados e identidades, não reconhece a cultura
como não-conflitiva, harmoniosa e consensual, isto é, não
reconhece os conflitos culturais, não reconhece também a harmonia e
o consenso culturais.
As
outras formas de multiculturalismo, também, não concebem que a
diferença é um produto da história, da ideologia e do poder, que
segundo Silva (1999)” ...obrigaram diferentes culturas...a
viverem no mesmo espaço”.
Para
corroborar essa discussão com vistas a inclusão de indivíduos com
deficiência, segundo o autor, as ideias do multiculturalismo crítico
nos orientam à produção do conceito de diferença e não de
deficiência, assim nos distanciando da diferença como exclusão, da
marginalização dos considerados como os “outros”.
Por esse
contexto, diferença, relacionada à educação especial, no caso de
um surdo, o sujeito não é excluído pelo fato de não ouvir, não
trata-se de uma oposição, pois o fato do indivíduo ser surdo não
o modifica com relação a essa deficiência, podemos pensar que esse
é excluído por conta do sujeito ser diferente, que pode acontecer
por conta de ideologias, de relações de poder, etc.
As
outras formas de multiculturalismo, pelo nosso exemplo, vê a surdez
como uma falha, que é tratada como essência, desconhecendo à
história, a cultura e as relações de poder, que excluem esses
indivíduos, portanto e segundo Ebert (apud MACLAREN, 1997):”...as
diferenças são construções históricas.”
CULTURA
NACIONAL
Nas
sociedades modernas, as culturas nacionais se constituem em um dos
principais elementos de identificação. Quando nos definimos fazemos
uma ligação com nossa nacionalidade: somos brasileiros, por
exemplo. Mas isso não quer dizer, que uma identidade nacional seja
algo biológico, que tenhamos nascido com isso. Quando dizemos sou
brasileiro, isso é uma representação de significados atribuídos à
cultura brasileira.
Cultura
nacional, é uma composição de símbolos, representações e
instituições; nada mais é do que um discurso veiculado pela
linguagem.
Para
Hall, as identidades são construídas quando fazem sentido pelos
quais podemos nos identificar, formando-se assim as identidades
culturais.
Para
entendermos como funciona uma identidade cultural, dependemos da
narrativa dessa cultura nacional e de alguns elementos, que
constituem esse sistema de representação: como a forma pela qual é
contada e recontada, e através das origens, continuidade, tradição.
A
problemática que se apresenta, é que os indivíduos são
aprisionados numa identidade cultural, mas que em nome desse
sentimento de pertencer à uma nação, os sujeitos precisam ser
normalizados, quando suas identidades e diferenças são fixadas e
unificadas,
As
identidades e diferenças são produzidas por discursos, através das
relações de poder, isto é, quando o desejo de um depende da
vontade do outro1,
ou seja, as identidades são negociadas entre seus componentes,
segundo a experiência de cada um, sendo assim, as identidades e as
diferenças não são produzidas naturalmente, mas são resultados
das relações sociais, entre os indivíduos.
Por
exemplo, no caso das comunidades surdas, o respeito devido a elas,
deve passar por uma negociação, para serem vistas como uma
identidade diferente e não como deficientes, para que sobrevivam
culturalmente, observando-se também essa problemática à outros
grupos, como ainda por exemplo, no caso dos homossexuais, paralisados
cerebrais, etc.
Identidade
e cultura na sociedade moderna
As
diferenças na sociedade moderna, podem ser somente um discurso à
normalização, retóricas, isto é, bons discursos, quanto à
educação das pessoas com necessidades educacionais especiais, uma
vez que diferença/diversidade, nada mais é que o estabelecimento de
fronteiras, astúcias, à fim de corrigir os ditos anormais dos
normais, segundo BAUMAN (1998).
Para
tanto à escola, quanto à produção das diferenças e das
identidades culturais, tratar as questões do outro além de atitudes
benevolentes e solidárias, ir além das normas, onde não há espaço
para o “selvagem”, onde o que esta fora do “normal” incomoda,
visto que as diferenças são construções históricas, sociais e
políticas, que segundo Skliar (1999), diferenças são sempre
diferenças, que dentro de uma cultura são definidas por diferenças
políticas, daí que algumas politicas, se afastam de algo que esta
em ação, que produz, que se recusa à fundir-se com o idêntico,
que se recusa aos modismos, da sociedade moderna.
1http://pt.wikipedia.org/wiki/Rela%C3%A7%C3%B5es_de_poder
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