sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Grandes linhas da Sociologia e da Filosofia da educção

QUADRO-RESUMO

Karl Marx (1818-1883)
Filósofo, economista. Seu pensamento desenvolveu-se como uma crítica à filosofia clássica, que para ele não atingia a origem das questões políticas, econômicas e sociais, que estariam na base material da sociedade.
Criou o socialismo científico, que descreve a teoria sócio-politica- econômica. Questões políticas, econômicas e sociais, seriam a base material da sociedade. Crítica à educação, ao ensino e à qualificação profissional burguesa. Ciência a serviço do capital. Processo de alienação resultante do processo de trabalho industrial e aparelhamento burguês da escola.
Concepção de instrução em Marx: Educação intelectual, corporal e tecnológica.
Principais conceitos: Acumulação, Excedente,Mais-valia, Luta de classes, Materialismo histórico e dialético.
Quanto à educação: Para Marx não existia educação em geral. Conforme o conteúdo, essa pode ser para a alienação ou emancipação. Orientou uma educação comunista, que seria baseada na formação integral do homem, superação da monotecnia pela politecnia.
Defendia uma educação pública e gratuita de todas as crianças, e uma combinação da educação com a produção material.
Diferenciou-se dos chamados socialistas utópicos por defender praticas políticas para o processo revolucionário, para a destruição da sociedade capitalista e para a construção de uma sociedade sem classes: o socialismo.
Émile Durkhein (1858-1917)
Social democrata. Pensava que os indivíduos são o produto de forças sociais complexas e não podem ser entendidos fora do contexto social em que vivem. Dizia que em cada alunos há dois seres inseparáveis, mas distintos. Acreditava que a sociedade seria mais beneficiada pelo processo educativo. Defendeu o ensino público e laico.
Criou os conceitos: Consciência coletiva. Normal e patológico. Fatos sociais. Coerção social. Concepção funcionalista: as consciências individuais são formadas pela sociedade. Defendia a Defendia a autoridade do professor, quando sugeria que a ação educativa, funcionasse de forma normativa.
Educação é socialização, isto é, para Durkhein à educação seria o processo pelo qual aprendemos a ser membros da sociedade.
Seus alunos eram, sobretudo, professores do ensino primário.
Explorou os campos da educação moral, psicologia da criança, história das doutrinas pedagógicas.
Max Weber (1864-1920)
Social democrata. Discorria que, a sociedade era excessivamente racional, que essa a seria o ponto fraco da sociedade capitalista.
Relações associativas: A associação social quando assume a forma de uma relação associativa, constituí uma corporação. Orientava que , quando as sociedades são submetidas a um planejamento prévio, isso poderia implicar em perda de liberdade.
A educação pressupõe uma associação entre os indivíduos.
Vê educação como um cultivo do saber, para racionalizar a burocracia, para despertar o carisma, educação e religião, universidade, ensino jurídico, educação militar, aprendizagem no trabalho e especialização profissional, entre outros temas.
A educação seria um fator de estratificação social, mas que seria um elemento importante por favorecer o êxito do indivíduo na seleção social. Constatou que determinadas formas de educação tende a criar profissões qualificadas, pois qualquer atividade que não contribuísse para a realização de objetivos pretendidos, será descartada como inútil, segundo FERREIRA (1995).
Dizia que a educação para o cultivo do saber, a educação racional para a burocracia e a educação carismática contribuiriam para que os indivíduos desempenhassem papéis sociais diferenciados.
Pierre Bourdieu (1930-2002)
Sociólogo francês. Em Durkhein, mistura outras correntes de intelectuais, para demonstrar à ação do sistema sobre práticas educacionais, por aí desenvolvendo criticas ao à instituição escolar, quando que a escola é totalmente dependente em relação à sociedade em que esta inserida, e que esta ao invés de democratizar, reproduz as diferenças sociais, assim perpetuando o status da burguesia, logo à escola é discriminadora e repressiva, pois reproduz os privilégios existentes na sociedade, beneficiando os alunos socialmente favorecidos.
Bourdieu, também enfatiza que trata-se de uma ilusão a chamada autonomia escolar, pois essa é marcada pelo sistema social em que esta inserida.
Criou o conceito habitus, que seriam os hábitos inculcados desde a infância nas crianças, começando pela família e depois passando pela escola. Pois como a escola tende a reproduzir os hábitos das famílias privilegiadas, as crianças das classes populares, acabam quase sempre desorientadas, diante das diferenças entre suas famílias e escola que reproduz hábitos de famílias burguesas.
Antônio Gramsci (1891-1937)
Marxista. Critico do marxismo oficial, que segundo ele impedia a prática revolucionária, através da petrificação da teoria. Sugere a superação da escola reprodutora das estruturas sociais.
Segundo Gramsci, a escola burguesa, além de formar seus quadros intelectuais, não se constrange em cooptar as melhores cabeças das classes populares. Defende a ideia dos intelectuais das classes populares continuarem organicamente vinculados à sua classe. Democratização concreta do saber e da cultura.
Cria os conceitos de hegemonia, que aconteceria, quando seus intelectuais elaboram um sistema convincente de ideias, essa classe pode exercer também a dominação pelo consenso, pela persuasão.
Contra-hegemonia: cabe ao intelectual orgânico das classes populares, elaborar critica e e coerentemente, a experiência proletária com a classe dominada.
A escola é o espaço onde o intelectual é formado.
Defende uma escola unitária, para superar a dicotomia entre trabalho intelectual e trabalho manual, ou entre cultura erudita e cultura popular.
Karl Mannheim (1893-1947)
Sociólogo alemão, social-democrata. Discípulo de Max Weber. Foi um dos primeiros teóricos da sociologia da educação. O homem é modelado pela sociedade em que vive.
As classes não educadas e não informadas, significariam um perigo bem maior para a manutenção da ordem democrática.
A educação, seriam técnicas para influir na conduta humana e como meio de conduta social, à fim de recuperar os ideais democráticos, à sua época, democracia essa fustigada pelo nazismo, pelos socialismo ou pelo comunismo. Para ele, os jovens através da sociologia, podiam serem impedidos de servirem de massa de manobra na mão de governantes.
Herbet Spencer (1820-1903)
Filósofo e sociólogo, com Darwin, foi responsável pela teoria da evolução, que defendiam a ideia da sobrevivência do mais apto.
A Teoria da evolução aplica-se também às condições de evolução social. Através da evolução, as sociedades desenvolvem estruturas especializadas, para representar função especializadas.
Sua concepção educacional fundamenta-se no contexto da ciência, dado que produziu muitas teorias científicas.
Destaca a importância da observação dos fatos e não a abstração e o ensino de princípios para a construção do conhecimento. Critica à ordem de ensino de conhecimento, no ensino tradicional, que parte de generalizações, de abstrações e não de vivência do educando.
Segundo MENDONÇA (2013), criou sete princípios dirigentes da educação intelectual:
O primeiro, estabelece que a educação, deve partir do simples para o complexo;
O segundo: diz respeito ao desenvolvimento do espírito, quando caminha-se do indefinido para o definido;
Terceiro: pode ser uma continuidade do primeiro, quando Spencer, diz que as lições devem começar pelo concreto e terminar no abstrato;
No quarto, enfatiza a importância social, no fortalecimento da civilização. Sugere a harmonização da educação das crianças;
O quinto princípio enfatiza o caminho nos diversos campos do conhecimento, ou seja do empírico para o racional.
No sexto princípio, diz que a criança deve ser a própria criança deve ser a construtora de seu conhecimento;
No sétimo preocupa-se quanto à aceitação por parte do alunos, quanto ao conhecimento apresentado.
Fernando de Azevedo (1894-1974)
Marxista. Professor, sociólogo brasileiro. Pensava também que, as ideias que circulam numa sociedade são condicionadas pelo modo de produção.
Contribuiu, na reforma da educação brasileira, em O Manifesto dos pioneiros da educação nova (1932); na obra A Cultura Brasileira (1963) e escreveu Sociologia Educacional (1951). Participou do planejamento à fundação da Universidade de São Paulo.
A classe que dispõe dos meios de produção controla a divulgação do conhecimento.
Humanista, que segundo Nelson Piletti (1994), em suas palavras: “não esta na matéria que ensinamos (seja qual for, letras ou ciências) mas no ensino que nos anima no ensino de qualquer disciplina e na maneira de ensiná-la”.
Louis Althusser (1918-1990)
Filósofo marxista, materialista dialético, essa sendo uma posição filosófica que considera a matéria como única realidade. Estruturalista, isto é, por isso considerava a ciência, como produção do conhecimento. Chegou a propor uma teoria do processo de produção do conhecimento. Frente a perspectiva estruturalista, combateu o humanismo marxista e o marxismo-leninismo.
Aparelhos ideológicos do Estado: escola (sistema de diferentes escolas públicas e privadas), igreja (sistema de diferentes igrejas), familiar, jurídico, político (sistema polítoco, formado por diferentes partidos), sindical, informação (imprensa, rádio, televisão, etc), cultural (Letras, Belas-artes, desportos, etc). Aparelhos ideológicos esses, que tem a função de disseminar uma determinada ideologia, a da classe dominante, a fim de assegurar seu status quo, e que esses aparelhos funcionam pela violência, mesmo quando de forma não física.

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