Artigo científico:
Outros domínios pedagógicos: a mídia ensinando sob a mesmidade e a
alteridade. Rev.
Educ. Espec., Santa Maria, v. 23, n. 37, p. 207-216, mai/ago. 2010.
Autoras: Machado,
F.C.; Lazzarin, M.L.L.
O artigo “Outros
domínios pedagógicos: a mídia ensinando sobre a mesmidade e a alteridade”, toma
as falas da publicidade no sentido pedagógico, isto é, quando essa
pode influir na
reprodução daquelas situações, em que não ocorrem alterações
no cotidiano das pessoas,
(mesmidade), e da alteridade, que nega à identidade (diferença) dos
sujeitos.
Dessa forma,
entendemos que o discurso da mídia publicidade, procura tornar todos
os sujeitos comuns, no
sentido de homogenizá-los, de negar-lhes suas identidades, mas que segunda as autoras,
vai além disso: “...muito mais que persuadir, criam realidades”.
O presente texto,
traz ao debate à mídia de uma instituição, que atende pessoas com deficiências,
quando veicula a situação de um menino com deficiências motoras,
que por conta desses
problemas, não consegue subir em uma escada para pegar um livro,
quando solicita ajuda de
uma menina, pressupondo-se que o garoto, admiraria as formas
femininas da menina.
Nossa interpretação,
remete-nos à problemática, quando pode sugerir, que o menino, ao admirar a garota
seria igual aos outros garotos, dessa forma, negando sua identidade
de deficiente físico,
como se somente os ditos garotos normais teriam esse “direito”,
não seriam capazes disso,
deduzimos então que o comercial, poderia estar veladamente fazendo o
jogo da discriminação.
O vídeo propaganda,
assim poderia estar reproduzindo que o menino, para ser considerado normal,
deveria agir como os outros garotos, em nosso entendimento reproduzindo o que a
sociedade moderna denomina de machismo; desta maneira a criança deficiente, poderia
ser aceita socialmente, pois estaria agindo dentro do campo do dito politicamente
correto, como mencionado no presente trabalho das professoras Machado
& Lazzarin (2010).
Ainda com relação
à mídia, para que o menino, fosse incluído como igual à
sociedade, essa poderia no caso
da biblioteca de uma instituição, oferecer alternativas para que
pessoas com deficiências,
tivessem acesso aos materiais que buscava: acessibilidade.
Concluindo, a
propaganda veiculada, culturalmente pode estar orientando, o papel do homem e da mulher na
sociedade moderna, do ponto de vista das diferenças, algo como homem
deve agir assim...”, portanto o comercial, pode estar tentando
conduzir os sujeitos a lógica racional, isto é, desqualifica a
identidade do menino, enquanto portador de uma necessidade
especial, para dessa forma “trazer o outro para perto”:
tolerância.
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